Apesar de sempre ter vivido no litoral, viver num local com praia ou sem praia não é a mesma coisa. E eu cá sempre tive pena de não poder simplesmente andar uns escassos metros a pé por uns minutos e estar logo ali junto ao mar, nada de ter de pegar no carro ou apanhar transportes públicos. Andar uns 5, 10, 15 minutos e tê-lo logo ali à frente.
Pois é, mas agora por uns meses sempre posso aproveitá-lo!
E em dias de sol como estes, o Verão já parece ter começado!
Por aqui está imenso calor... ontem os termómetros de rua indicavam os 29 graus. Escusado será dizer, então, que a praia estava cheia de gente. Se já vemos corajosos nos dias de frio quanto mais agora!
Estes são dias de Verão num Inverno, e dias de Verão que alguns 'Verões' passados nem sequer tiveram.
Gosto de perder horas na proximidade do mar, dar passeios junto a ele, contemplá-lo. Recarrega-me baterias, traz outra disposição, atenua o mal-estar, faz esquecer algumas semanas difíceis nem que por instantes.
E sim, continuo a adorar o azul-verde, pisar a areia, aqui no sul com uma cor mais viva especialmente quando molhada, ser 'pisada' pelo mar. Olho tudo em volta e continuo a achar tudo grandiosamente belo.
Quando vou no comboio reparo que algumas pessoas já nem olham para a paisagem que me continua a encher a alma. Contemplo tudo à minha volta, sou panteísta, não quero esquecer esta beleza nem quero mudar de atitude. Alguns dos meus posts podem considerá-los exacerbados, descrições de alguém que nunca viu nada, demasiado extasiados, uma atitude demasiado contemplativa. Eu chamo-lhe o 'olhar da novidade'. Apesar de já ter estado em alguns destes locais parece-me sempre que há um pormenor que escapa e parece-me que se o confrontarmos como algo sempre novo ele trará sempre algo a ser apreciado, nem que mude o ponto de vista. Só assim as coisas se tornam especiais do meu ponto de vista. Se as coisas se tornam simplesmente uma questão de hábito, ou bem adquirido, deixamos de ter esse olhar e não vamos dar valor ao que temos. Não é preciso pensar num Deus, ou chamemos-lhe o 'Deus das coisas simples': olhar a acalmia do mar, escutar o seu som, aproveitar cada raio de sol, ... (completem ao vosso gosto)
Porque simplesmente durante aqueles instantes de contemplação, sem pensar em mais nada, encontro ali momentos de felicidade.
Já há muito deu para ver que Cascais é uma vila com uma longa aliança com o mar. É um casamento que dura há gerações e gerações, os monumentos relatam essa história, as velhas rochas não dizem menos, nem menos dirão as inúmeras embarcações ao largo no mar e as atracadas.
Se antes fora uma terra essencialmente de pescadores, hoje a diversidade é muita e isso é bem visível num passeio de que podemos usufruir no percurso pedonal entre Cascais e S. João do Estoril, tendo pelo meio o Monte Estoril e o Estoril.
A pé, Cascais está separada de S. João do Estoril apenas por cerca de 40 minutos, nesse percurso para além de mais paisagens esplendorosas e da proximidade com o mar, sempre a meros metros de distância, Cascais é exemplo vivo da diversidade aos mais diversos níveis:
- uns andam, uns correm, uns andam de bicicleta, uns de patins, outros de skate, outros de trotinete;
- uns passeiam os cães, outros os filhos, outros os namorados, outros a família, outros a eles próprios;
- ali uns aprendem a andar, outros deixaram de andar e são empurrados por outros mas querendo aproveitar cada trago de sol;
- outros fazem surf, outros equilibram o Yin e o Yang fazendo Tai Chi, outros dão valentes mergulhos, algumas tias ainda bem que preferem o sol natural ao solário ao "trabalharem para o bronze", outros pescam;
- a praia é ponto de encontro, é o café mais in da zona;
- os mais velhos são cheios de genica, a ginasticar de um lado para o outro;
- ele há ingleses, americanos, espanhóis, alemães e os loiros abundam;
- apesar da ventania está muito sol, o que para muita gente já é sinónimo de andar de T-shirt ou mesmo camisola de alças (cruzes credo!), pelo contrário este tempo ainda a la Inverno faz-me andar bem agasalhada. A ventania fez-me perder a coragem da semana passada de banhar os pezinhos pelo mar;
- os cães atiram-se à água e trazem a bola ao dono;
- o mar bate na rocha e na areia mas quase nunca com agressividade, acaricia a areia, não a enrola;
- os velejadores lá ao fundo aproveitam cada sopro deixado pelo vento.
(Mais uma vez tenho pena de não ter uma máquina para vos mostrar mais da bela Cascais, quiçá brevemente...)
Se até agora acordar cedo e chegar tarde a casa a cada dia de estágio apenas deixava aproveitar a bela vista de comboio pela linha de Cascais, este fim-de-semana de soleil deu para tirar a barriga de misérias!
Ontem foi dia de bater sola pela cidade das sete colinas. É sempre bom revisitar Lisboa. Desta vez a zona eleita foi a baixa e o Chiado, um pouco dos restauradores e Bairro Alto.
Foi uma oportunidade de rever locais, descobrir ruas que levam a outras ruas e às mesmas ruas e beber a famosa "Ginjinha sem rival":
Com todo o respeito senhor Manuel, mas na minha humilde opinião, essa ginjinha, é bem boa sim, mas tem uma rival melhor, a docinha ginjinha de Óbidos!
E que dizer de Cascais?
Paisagens de tirar a respiração, fachadas e recantos em cada habitação que saltam à vista, palacetes que eu apelidaria de "palacetões" se a palavra existisse - eu não sei mas só quem desvia 'paletes' de dinheiro é que deve ter casarões assim, ou isso ou faz parte de uma linhagem real.
E oh le mer, tão calmo, transparente na sua proximidade, criando a ilusão de azul-verde quando nos afastamos.
Pela rua somos rodeados de estrangeiros ou portugueses pipis, e vá de vez em quando sempre se vê um comum mortal, aqui como esta estarrejense.
Pois é, sinto-me uma privilegiada :)
Talvez no futuro aqui saliente mais sobre os pontos mais importantes e fale um pouco da sua história. Hoje falo apenas do parque Marechal Carmona, um belo e grande, grande parque, no qual se encontra o Museu Condes de Castro Guimarães:
Tão bonito e majestos tanto por fora como por dentro.
An? Aquilo é que era viver em grande! Com o pequeno pormenor do senhor conde e condessa terem acesso a uma pequena praia privativa, numa pequena enseada, descendo uma escada da sua própria casa.
A baía é um local pelo qual se deve também passar e pouco mais acima o farol de Santa Marta é mais um belo sítio com vista privilegiada.
P.S.: as imagens foram gentilmente cedidas pela Li. Isto de não termos máquina fotográfica por estas bandas faz com que não vos possa mostrar mais deste recanto magnífico de Portugal.
O sol quente faz parecer que o Verão está à porta.
A vista é deslumbrante: enche o olhar e a alma.
O mar, algarvio típico, quase sem ondas, mistura de verde e azul, convida a dar um mergulho. Mas ah... we still in Winter!
A praia é convidativa mal se sai da empresa, pena é que quando se entra está ainda muito frio, quando se sai já está escuro.
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